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Umbanda e Candomblé + Entrevista

By Unknown - sexta-feira, 14 de novembro de 2014 No Comments
  Aos olhos de um leigo, Umbanda e Candomblé representam o mesmo culto, mas na verdade são duas religiões distintas,que se diferenciam muito ao começar pelas origens.



 Umbanda

 Um dos vários cultos religiosos que surgiram aqui no Brasil, entre os séculos XVI e XX, é fruto de um contato de povos diferentes que contribuíram para a formação cultural e religiosa da população. A palavra Umbanda se deriva de m’banda, que na língua quimbundo significa “sacerdote” ou “curandeiro.”
 O culto desta religião combina elementos da filosofia kardecista, de cultos afro-brasileiros, tradições indígenas, cristianismo católico; por ter se desenvolvido em classes mais humildes da população brasileira, a sua filosofia acaba variando muito, havendo visões até mesmo de conflitos de vários conceitos da religião entre seus praticantes.
 Assim como todas as religiões, o culto umbandista tem seus trajes respectivos, assim como cantos e muitas outras características que se parecem muito com as do candomblé e outros cultos afro-brasileiros, mais com uma observação mais detalhada fica evidente a diferença.
 Pois a umbanda tem figuras indígenas “os caboclos”, negros urbanizados e inseridos na cultura europeia “pretos-velhos, pomba-gira, zé pelintra” e conceitos de reencarnação assim como na doutrina espírita.
 Muitas vezes acaba sendo vista como u culto maléfico, mas deve ser entendida como uma religião que busca preencher um conceito filosófico-religioso, que é importante até hoje a atenção aos excluídos, dando a ideia de inclusão religiosa que pode ser entendida ao analisar a origem da religião.
 Mesmo tendo sido desenvolvido em classes humildes, a umbanda tem um registro histórico de seu nascimento, e até uma hora a ser considerada. A história da umbanda nas suas primeiras décadas se confunde com a de Zélio Fernandino de Moraes, natural de Niterói, capital do então estado do Rio de Janeiro.
 Zélio, sofria de uma estranha paralisia que desafiava os médicos, certo dia ele levantou do seu leito e disse: “Amanhã estarei curado.” No dia seguinte, o jovem que tinha 17 anos não aparentava qualquer sinal da doença que o assombrou.
 Depois de discutirem muito, um amigo da família acabou convencendo a todos a visitarem a Federação Espírita de Niterói e assistir à uma sessão. Zélio convidado a participar acabou sendo tomado por uma força sobrenatural, e disse: “Aqui está faltando um flor.”. Em seguida, colheu uma flor do jardim do prédio e deposita-se à mesa.
 Todos atordoados começaram a incorporar espíritos que eram titulados como pretos escravos e índios “segundo a linha tradicional kardecista somente espíritos ‘evoluídos’, de doutores, intelectuais, pensadores deveriam ser incorporados espíritos como estes que se revelaram eram considerados como atrasados e deviam ser evitados”
 Zélio foi incorporado por um espirito, descontentado com o preconceito racial e cultural dos praticantes kardecistas, anunciou que iria criar uma nova religião onde negros e índios poderiam se manifestar e dividir com a humanidades seus conhecimentos.
 Assim foi, no dia 16 de novembro de 1908 às 20:00, manifestou-se em Zélio o caboclo anunciando a criação de uma nova religião, em nome de tal espirito Zélio com a ajuda de um pequeno grupo crente, passou a realizar curas e logo fundou um espaço dedicado ao culto, a Tenda de Umbanda Nossa Senhora da Piedade, registrada em cartório em 1908 e ainda funcionado.

Aspectos Históricos


 A Umbanda não é uma subdivisão do catolicismo, muito menos do candomblé. A influência Africana desempenhou um grande papel na formação da Umbanda, que constituiu um dos principais alicerces, dando-lhe, como contribuição primordial, Os Orixás. Em sua prática, a Umbanda aproxima-se mais da origem nativa, mas na sua estrutura a que prevaleceu foi a influência Africana (nomes, rituais e costumes).
 A Umbanda é uma doutrina espiritualista como o Espiritismo, o Catolicismo, o Protestantismo, o Judaísmo, o Esoterismo, o que não impede de haver entre elas diferenças essenciais que lhes dão características próprias. A Umbanda tem seus Sacerdotes, com seus graus iniciáticos, como Tatás (com mais de 30 anos), Babalorixás (homens) e Yalorixás (mulheres), podendo realizar Batizados, Casamentos e outras cerimônias dentro de seus cultos.
 Se religião é todo culto que contém seu cortejo de Divindades, ou melhor, chamado de Teologia (relação entre os deuses e os homens), o seu cerimonial ou Liturgia (fórmulas consagradas de orações) e seus praticantes ou sua classificação hierárquica, Umbanda é Religião. Podendo ser
enquadrada em outro sentido, como por exemplo: Crença Mista, pelo fato de que a Umbanda é vista como uma mistura de religiões, tendo fundamento básico na Crença dos Espíritos.






 A Lei principal da Umbanda é resumida numa só palavra CARIDADE: no sentido do amor fraterno em benefício dos seus irmãos encarnados, qualquer que fosse a cor, raça, o credo e a condição social, não podendo haver ambiciosos, vaidosos, mistificadores, pois estes, mais cedo ou mais tarde, são afastados da Umbanda pelos espíritos de luz.
Tem como normas 
Sessões - assim se chamariam os períodos de trabalhos espirituais;
Vestes - os participantes estariam uniformizados de branco;
Sacrifícios - o sacrifício de aves e animais é totalmente alheio a Umbanda;
Fundamento Básico - é a crença ou culto aos espíritos evoluídos;
Atendimento - gratuito.
A Umbanda fundamenta-se nos seguintes
princípios: É a crença nos espíritos, dando condição aos mesmos de evoluir, sejam de qualquer classe ou ordem, encarnados (Alma) ou desencarnados(Espírito, propriamente dito).
Em essência, a Umbanda fundamenta-se nos seguintes pontos básicos.
 - Na existência de Deus Único, Onipotente, Irrepresentável, adorado sob vários nomes (ZÂMBI);
 - Na crença de um "Orixá Maior", denominado de Oxalá;
 - Na crença de Entidades Espirituais em Plano Superior _ Os Orixás ou Santos, chefiando falanges;
 - Na crença de Guias Espirituais, mensageiros dos Orixás (Caboclos e Pretos Velhos);
 - Na existência do Espírito, sobrevivendo ao homem, em caminho de evolução, buscando o aperfeiçoamento (Exus);
 -  Na crença da Reencarnação e na Lei Cármica de Causa e Efeito;
 - Na prática da Mediunidade, sob as mais variadas apresentações;
 - Na afirmação de que as Religiões constituem diversos caminhos de evolução espiritual, que conduzem a Deus;
 - Na prática da Caridade Material e Espiritual;
 - Na necessidade do Ritual, como elemento disciplinador dos trabalhos;
 - Na crença de que o Homem vive num Campo de Vibrações, que condicionam sua vida para o bem ou para o mal, conforme sua própria tônica vibratória.

 Candomblé

 É uma religião africana trazida para o Brasil no período em que os negros eram desembarcados para serem escravos, Nesse período, a Igreja Católica proibia o ritual africano sendo ainda apoiada pelo governo, que julgava como um ato criminoso, por isso os escravos veneravam seus Oxirás, Inquices e Vodus omitindo-os em santos católicos.
 Os Oxirás, para o candomblé, são seus deuses supremos. Possuem personalidade e habilidades distintas, como preferencias ritualísticas. Estes também escolhem as pessoas que utilizam para incorporar no ato do nascimento, podendo com partilhá-lo com outro orixá caso necessário.
 Os rituais são realizados em templos chamados de casas, roças ou terreiros que podem ser matriarcal “quando só mulheres podem assumir a liderança”, ou patriarcal “quando somente homens podem assumir a liderança” ou mista “quando ambos podem assumir a liderança do terreiro”. A celebração do ritual é feita pelo pai de santo ou mãe de santo, que começa com o despacho do Exu.
 Em ritmo de dança o tambor é tocado e os filhos de santo começam a invocar seus orixás para que os incorporem, tendo no mínimo duas hora de duração.
 Não pode ser igualado à umbanda. Pois no Candomblé não há incorporação de espíritos, sendo que os orixás incorporados são divindades da natureza; enquanto na umbanda, as incorporações são feitas através de espíritos encarnados ou desencarnados em médiuns de incorporação. Existem pessoas que praticam as duas religiões, candomblé e umbanda, mas as praticam em locais, dias e horários diferentes.

Aspectos Históricos do Candomblé

 O culto praticado aqui no Brasil chamado de Camdomblé, não existe na África, ele foi uma forma de denominar reuniões feitas pelos escravos, para celebrar sua adoração pelos deuses. Também era comum chamar de Candomblé toda festa ou reunião de negros no Brasil, eles não queriam ser confundidos com essas festas, mas com o passar do tempo a palavra Candomblé foi aceita e passou a definir um conjunto de cultos vindos de diversas regiões africanas.
 Por volta de 1830, três negras conseguiram fundar o primeiro templo de sua religião, localizado na Bahia, conhecida como Ylê Yá Nassó, casa da mãe Nassó. Esta seria a primeira a resistir às opressões, desta casa se originaram mais três que fazem parte do grande Candomblé da Bahia, O Engenho velho (ou Casa Branca), Gantóis, de qual a dirigente foi mãe menininha de gantóis, e do Alaketu
 Baseia-se no culto aos Orixás, deuses oriundos das quatro forças da natureza: Terra, Fogo, Água e Ar. Os Orixás são forças energéticas sem um corpo material. Sua manifestação básica se da por meio da incorporação. Onde o ser escolhido pelo orixá, um dos seus descententes, é chamado de elegum, aquele que tem privilégio de ser montado por ele.
 O pai ou a mãe de santo são as autoridades máximas dentro do candomblé. Eles são escolhidos pelos próprios Orixás para que os cultuem na terra. Os orixás os induzem a isto, eles fazem com que as pessoas escolhidas sejam levadas naturalmente até a religião, até que assumam o cargo para o qual estão destinadas.


Enfim a Umbanda e o Candomblé tem algumas semelhanças, mas são duas religiões distintas, sendo que o Candomblé é uma religião mais antiga de origem africana trazida para o Brasil pelos escravos já a Umbanda é uma religião brasileira que surgiu por causa da repressão da época em que se proibiam os cultos do Candomblé, surgindo assim a umbanda que reúne conhecimentos do Catolicismo, do Kardecismo, do Budismo, Islamismo e do Candomblé.


  A Entrevista foi gravada, mas como foi solicitado pelos entrevistados só foi disponibilizada a reprodução do áudio, tentamos entrevistar uma pessoa que não quis nem dar sua opinião sobre o assunto, mas que forneceu uma grande informação.
  Mas que informação? Ela nos informou onde morava um senhor de 81 anos, no começo pensamos como será que ele poderá nos ajudar? Mas no decorrer da entrevista ele nos forneceu um depoimento que nos levou a refletir muito, pois muitas pessoas acabam diminuindo o valor de alguma religião muitas vezes por causa do preconceito.
  Se você tem uma religião você deve seguir, mas se não tem a escolha é sua, pois cada um tem o direito de escolher como quer ser; como se veste;  enfim, são coisas que não devem ser contrariadas pois quem fez aquelas escolhas foi você. 




* Para fazer o download da entrevista Clique aqui.





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